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Rota dos Castelos no Norte de Portugal

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Castelos do Norte de Portugal: roteiro com 10 visitas

Os castelos do Norte de Portugal são símbolos de resistência e de uma herança que atravessa séculos. As suas imponentes fortalezas, orgulhosamente erigidas em locais estratégicos, contam histórias de batalhas épicas, amores impossíveis e lendas fascinantes que continuam a encantar gerações. 

 

Visitar os castelos desta região é mergulhar num passado glorioso, onde a arquitetura medieval, as tradições locais e os mistérios envolventes se unem para criar uma experiência única e inesquecível.

Os castelos na história e na cultura do Norte de Portugal

Os castelos portugueses, símbolos de resistência e intemporalidade, são motivo de orgulho para todos os que habitam este território. O Norte de Portugal tem o privilégio de acolher uma das maiores concentrações destas imponentes estruturas, verdadeiros baluartes da defesa nacional, cuja beleza e diversidade de estilos são um legado valioso dos seus antepassados.

 

Estes “guardiões” são autênticos marcos da fundação da nação, cenários de batalhas épicas, reconquistas heroicas, amor e tragédia, episódios que moldaram a soberania do território. Envoltos em mistério e romantismo, guardam histórias de reis e cavaleiros, princesas aprisionadas, amores proibidos e lendas de gigantes e assombrações. 

 

Na Área Metropolitana do Porto, no Minho, no Douro e em Trás-os-Montes, esperam-nos, em qualquer altura do ano. Muitos foram transformados em charmosas unidades de alojamento, permitindo-lhe viver um verdadeiro conto de fadas. Outros acolhem recriações históricas, feiras medievais, espetáculos musicais e pirotécnicos. Mas todos, sem exceção, são lugares cheios de história, de memórias para descobrir e experiências para vivenciar. Embarque nesta viagem ao passado.

Castelo de Guimarães

Mandado construir pela Condessa Mumadona Dias, o castelo de Guimarães remonta ao século X. Inicialmente, a fortificação tinha como principal objetivo proteger o mosteiro das constantes invasões normandas e sarracenas que assolavam a Península Ibérica. Mais tarde, no final do século XI, o Conde D. Henrique promoveu obras de ampliação e fortalecimento, seguidas por remodelações realizadas pelo rei D. Dinis no final do século XIII. Ao longo dos séculos, outros monarcas também contribuíram para a melhoria da fortaleza.

 

No entanto, com a evolução das táticas militares, o castelo perdeu a sua função defensiva e entrou num estado de progressivo de abandono e degradação. No século XX, foi finalmente recuperado e classificado como Monumento Nacional, garantindo a sua preservação para as gerações futuras.

Castelo de Bragança

Erguido no topo de uma elevação que outrora pertenceu aos monges beneditinos do Mosteiro de Castro de Avelãs, o Castelo de Bragança, acessível pela Porta do Sol e pela Porta da Vila, destaca-se pela sua localização estratégica, ideal para a defesa do território. 

 

Bragança começou a ganhar forma como povoação no século XII, recebendo o seu primeiro Foral em 1187, concedido por D. Sancho I. Foi durante o seu reinado que surgiram as primeiras doações destinadas à fortificação da vila. As características topográficas e militares da região tornaram-na um local de grande importância estratégica, mas foi no reinado de D. João I que o castelo adquiriu o seu aspeto atual.

 

Com um recinto trapezoidal reforçado por sete torreões, o castelo inclui a alcáçova, onde se destaca a Torre da Princesa, e a imponente Torre de Menagem. Esta última, construída em estilo gótico, eleva-se a 33 metros de altura e 17 metros de largura, com faces orientadas pelos quatro pontos cardeais. A sua construção, que levou cerca de 40 anos, fez dela um marco arquitetónico e defensivo.

 

Ao longo do tempo, a vila cresceu e evoluiu, tornando-se cidade em 1464, quando D. Afonso V, a pedido de D. Fernando, 2.º Duque de Bragança, lhe concedeu o foro de cidade. Hoje, o Castelo de Bragança permanece como um símbolo de história, de resistência e o testemunho de uma época que moldou a identidade da região.

Castelo de Marialva, Lamego

A torre de menagem do Castelo de Lamego, com cerca de vinte metros de altura, destaca-se pela sua planta quadrangular e pelas frestas de iluminação nas suas faces. Algumas destas frestas foram alteradas no século XVI, quando o último Conde de Marialva, D. Francisco Coutinho, as transformou em janelas. Esta modificação visava, possivelmente, adaptar a torre a funções habitacionais.

 

O castelo apresenta uma praça de armas com um formato hexagonal irregular, cercada por uma muralha com cerca de noventa metros de perímetro, equipada com um adarve acessível através de um lanço de escadas no lado norte, que reforça a imponência da fortaleza.

 

Entre 1939 e 1940, no âmbito das comemorações dos centenários da Fundação e Restauração da nacionalidade, o castelo foi submetido a importantes restauros. Durante este período, as sineiras e os sinos no alto da torre foram removidos para restituir as ameias, recuperando a sua aparência original e defensiva.

 

O velho burgo do castelo é acessível através de dois pórticos abertos na muralha, que convidam os visitantes a explorar este espaço carregado de história. Hoje, a torre e o castelo de Marialva são testemunhos vivos de séculos de adaptação, preservação e legado.

Castelo de Arnoia, Celorico de Basto

O castelo românico de Basto, situado na antiga terra de Basto, integra-se no movimento de encastelamento que, entre os séculos X e XII, moldou o território europeu. Posicionado estrategicamente no alto de um cabeço montanhoso, apresenta quatro elementos defensivos de destaque: a imponente torre de menagem, cujo último piso e ameias foram reconstituídos no século XX, o torreão quadrangular, uma única porta de acesso e a cisterna.

 

Vestígios arqueológicos indicam a ocupação da fortaleza entre os séculos XIV e XVI, uma época já marcada pela decadência do castelo. Durante períodos de paz, a fortaleza servia principalmente como símbolo de organização administrativa e de poder senhorial sobre o território. O seu abandono definitivo ocorreu em 1717, quando as elites locais transferiram a sede do concelho para a sua localização atual, deixando para trás a pequena vila de Basto.

 

Hoje, a memória da antiga vila persiste ao longo do ramal que outrora a conectava à estrada da Lixa e à importante via Amarante-Arco de Baúlhe. Esta área, atualmente conhecida como aldeia do Castelo, ainda guarda vestígios do seu passado movimentado. O pelourinho, a casa das audiências e a antiga botica são testemunhos da vida que outrora animava as ruas desta histórica povoação, preservando a essência de um lugar que continua a contar a sua história.

Paço de Giela, Arcos de Valdevez

O Paço da Giela é um exemplo marcante da arquitetura civil privada medieval e moderna, intimamente ligado à história e à formação da terra de Valdevez. Este emblemático conjunto edificado reflete a evolução do domínio senhorial e régio sobre a região, testemunhando séculos de transformações e memórias.

 

A sua construção iniciou-se com a “casa-torre” de Giela, um marco de proteção e poder erguido em meados do século XIV. Posteriormente, entre o final do século XV e o início do XVI, foi edificada a área residencial, que exibe janelas manuelinas e uma entrada fortificada, ficando concluída em 1573. Durante os séculos XVII e XVIII, a parte residencial sofreu diversas alterações, mas no século XIX o Paço entrou em declínio e foi abandonado.

 

Resgatado pela autarquia em 1999, o Paço da Giela passou por um projeto de reabilitação que devolveu a sua grandiosidade, reabrindo ao público em julho de 2015. Atualmente, destaca-se a torre medieval, onde se encontra o principal ponto de interesse: um piso dedicado ao célebre “Recontro/Torneio de Valdevez.” Este episódio histórico, ocorrido em 1141, foi crucial para a independência de Portugal, marcando o confronto entre Afonso Henriques e o seu primo Afonso VII de Leão e Castela.

Castelo de Penedono

Anterior à fundação de Portugal, o Castelo de Penedono remonta, pelo menos, a 960, a data da mais antiga referência escrita que se conhece. Contudo, vestígios encontrados na base da sua estrutura revelam paralelas típicas das construções árabes, sugerindo que a sua origem pode ser ainda mais antiga.

 

Este pequeno castelo, com características de moradia acastelada, apresenta uma planta poligonal em forma de hexágono irregular. Erguido a 930 metros de altura sobre um monte de imponentes afloramentos graníticos, tem 70 metros de perímetro, com torreões nos ângulos providos de matacães e um único acesso protegido por um arco quebrado. No seu interior, conserva uma cisterna, caminho de ronda e conversadeiras, que indicam a existência de um piso intermédio.

 

Este exemplar invulgar da arquitetura militar gótica está intimamente ligado à figura lendária de Álvaro Gonçalves Coutinho, conhecido como o Magriço, natural de Penedono e imortalizado por Luís de Camões na sua obra épica Os Lusíadas. Ali são narradas as proezas deste herói, que integra o grupo dos célebres Doze de Inglaterra.

 

O Castelo de Penedono, classificado como Monumento Nacional desde 16 de junho de 1910, é um verdadeiro testemunho da história medieval portuguesa, preservando tanto a sua estrutura defensiva quanto a aura mítica que o envolve.

Castelo de Lindoso, Ponte da Barca

A fundação do Castelo de Lindoso remonta ao início do século XIII, durante o reinado de D. Afonso III. Estima-se que a construção tenha ocorrido entre 1220 e 1258, pois as inquirições da primeira data não o mencionam, enquanto as de 1258 já o referem. Posteriormente, D. Dinis ordenou o seu restauro e ampliação, sendo-lhe frequentemente atribuída a construção da torre de menagem. O monarca, conhecido pelas suas incursões ao Gerês para caçadas, utilizava o castelo como residência durante essas ocasiões.

 

No século XVII, o castelo foi alvo de obras de reforço, embora conserve quase intacta a sua arquitetura medieval original. Ao longo da sua história, desempenhou um papel crucial nos conflitos com Castela e, mais tarde, com Espanha, sendo uma fortaleza estratégica na defesa do território.

 

Hoje, o Castelo de Lindoso está aberto ao público e conta com um museu que narra a evolução das guarnições que o ocuparam e a transformação do território ao longo dos séculos.

Castelo de Montalegre

Erguido sobre os vestígios de um antigo castro neolítico e remodelado pelos romanos, o castelo medieval ocupa uma posição estratégica que reflete séculos de história e de evolução. Os seus primeiros registos escritos datam do século XIII, durante o reinado de D. Afonso III. As inscrições no local indicam que a reconstrução foi concluída em 1331, sob D. Afonso IV, e que foram feitas reparações em 1580.

 

No entanto, a história do castelo não foi isenta de revezes. No século XVIII, com a extinção do cargo de alcaide, o castelo viu parte das suas muralhas demolidas. As pedras das torres e ameias foram reutilizadas para construir currais, palheiros e casas de moradia, marcando uma fase de declínio.

 

Atualmente, o castelo preserva alguns dos seus elementos mais icónicos: quatro torres de pé, a escada que dá acesso à torre sudoeste, o muro que liga esta à antiga torre do relógio voltada para a vila, e o muro que liga a quarta torre à torre de menagem, esta última erguida no reinado de D. Dinis. Na zona noroeste, ainda se podem observar os alicerces dos fortins, restaurados pela Direção dos Monumentos Nacionais.

 

No centro do castelo, existe uma cisterna retangular com escadas interiores que descem até uma profundidade de 30 metros, testemunhando a engenhosidade medieval. Nos lados nascente e sul, resistem os alicerces e cunhais dos antigos muros que outrora protegiam a fortaleza. 

Castelo de Castro Laboreiro

Situado no topo de um monte de difícil acesso, o Castelo de Castro Laboreiro destaca-se pela sua perfeita adaptação à morfologia do terreno. Embora haja registos que apontem para a existência de uma fortificação anterior, a construção que hoje se preserva remonta ao século XIII, sendo geralmente atribuída ao rei D. Dinis.

 

Com uma planta aproximadamente oval, apresenta restos de muralhas que se erguem diretamente sobre as fragas, conferindo-lhe um aspeto imponente e em harmonia com a paisagem. Na entrada principal, a nascente, encontra-se a chamada Porta do Sol, enquanto a norte, a discreta Porta da Traição, ou Porta do Sapo, um arco pleno sustentado por pés direitos, revela o engenho defensivo da época.

 

De acordo com os desenhos de Duarte d’Armas, por volta de 1505 o castelo tinha muralhas reforçadas por cinco torres quadrangulares que envolviam a torre de menagem, além de uma cisterna localizada mais a norte. Este conjunto arquitetónico fazia da fortaleza um ponto estratégico e um símbolo de resiliência.

Castelo de Lanhoso, Póvoa de Lanhoso

Erguido sobre um imponente maciço rochoso, o Castelo de Lanhoso serviu de refúgio à condessa D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, em vários momentos do século XII, destacando-se o cerco promovido pela sua irmã, D. Urraca. Em 1128, após a sua derrota na Batalha de São Mamede, D. Teresa voltou ao Castelo de Lanhoso por imposição do seu filho, antes de ser conduzida ao exílio na Galiza. Este episódio reforça o papel do castelo como testemunha de momentos cruciais na formação de Portugal.

 

Arquitetonicamente, o castelo sofreu significativas transformações ao longo do tempo. A sua estrutura primitiva era composta por uma linha de muralhas com uma porta de entrada protegida por dois torreões defensivos, além de três torreões de planta quadrada. Contudo, os vestígios destas construções são hoje muito reduzidos.

 

Nos finais do século XIII, D. Dinis promoveu uma profunda reforma arquitetónica, desmantelando a estrutura original para dar lugar à imponente torre de menagem, que se tornou o elemento central do castelo. Desde 1996, esta torre alberga o Núcleo Museológico do Castelo de Lanhoso, preservando e partilhando a história deste baluarte medieval com as gerações futuras.

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