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Rotas e Caminhos
O termo filigrana deriva do latim filum granum, que pode ser entendido como "fio de contas". Descreve a técnica artesanal de modelar habilmente, com as mãos experientes das enchedeiras e dos filigranos, fios finíssimos de ouro ou de prata, torcendo-os e entrelaçando-os, de forma a criar desenhos geométricos intricados. O resultado surpreende, pela delicadeza dos padrões e fascina pelo nível de pormenor e complexidade.
A cidade de Gondomar ostenta o título de Capital da Ourivesaria em Portugal, graças à tradição de produção de filigrana. Esta arte é desenvolvida artesanalmente, em pequenas oficinas, frequentemente familiares, onde as técnicas são transmitidas de geração em geração, tentando preservar um legado único e valioso.
A Rota da Filigrana oferece-lhe a oportunidade de conhecer de perto estas oficinas tradicionais e o património material e imaterial do Norte de Portugal.
Em 2023, a Filigrana de Gondomar recebeu a distinção de Património Cultural Imaterial de Portugal, que veio sublinhar a relevância histórica e cultural desta técnica artesanal e a importância da sua preservação para as futuras gerações.
Para o Município de Gondomar, esta arte representa um pilar essencial da sua identidade cultural. Foi assim que, em 2016, nasceu a Rota da Filigrana, com o objetivo de divulgar e valorizar o trabalho dos ourives genuínos de Gondomar, proporcionando aos visitantes a oportunidade de conhecerem de perto o processo criativo e de explorarem as instalações dos principais produtores da região. Pretende-se não só revitalizar a tradição, mas também atrair novos adeptos e entusiastas para esta arte única, garantindo assim a sua perpetuação no panorama cultural português.
Sabia que…
A nível nacional, o município de Gondomar é responsável por cerca de 60% da produção do setor de ourivesaria.
Percorra connosco a Rota da Filigrana.
A filigrana portuguesa distingue-se pelo seu padrão aberto, formado por fios finíssimos de ouro ou prata, habilmente entrelaçados para criar desenhos delicados e intrincados.
O processo começa com a fusão do ouro, que é moldado em barras e estirado até se transformar em tiras extremamente finas – a estrutura base da futura joia. Esta moldura é então preenchida com fios minuciosamente torcidos e entrelaçados, formando padrões harmoniosos e elegantes.
Os elementos são unidos exclusivamente pelo calor, sem recurso a outras tecnologias. Para preservar a autenticidade e delicadeza do trabalho, a espessura do fio nunca deve ultrapassar os 0,22 mm. O resultado final são peças de extraordinária leveza e sofisticação, símbolo da tradição e mestria da ourivesaria portuguesa. É longo o caminho que vai desde a fundição ao produto final.